segunda-feira, 18 de maio de 2009

A saída é a formação do professor alfabetizador - Telma Weisz



Para desenvolver este artigo, parto de dois pressupostos. Primeiro: o que garante a qualidade da Educação que acontece de fato nas escolas é, sobretudo, a qualidade do trabalho profissional dos professores. O segundo: a qualidade do trabalho profissional dos professores tem dependido essencialmente da formação em serviço, pois a inicial tem se mostrado inadequada e insuficiente.

Diante disso, me concentro numa questão: a competência da escola pública brasileira para produzir cidadãos plenamente alfabetizados, requisito mínimo para falar em Educação de qualidade. É preciso admitir que nossa incapacidade para ensinar a ler e a escrever tem sido responsável por um verdadeiro genocídio intelectual.

A existência de um fracasso maciço, o fato de ele ter sido tratado como natural até poucos anos atrás e a fraca evolução desse quadro em 40 anos comprovam como vem sendo penoso ensinar os brasileiros que dependem da rede pública. Pesquisas de campo mostram a enorme dificuldade que os educadores têm para avaliar o que os alunos já sabem e o que eles não sabem. Aqueles que produzem escritas silábico-alfabéticas e alfabéticas na 1ª série e que teriam condições de acompanhar a 2ª série – pois podem ler e escrever, ainda que com precariedade – são retidos. Por outro lado, os bons copistas e os que têm letra bonita ou caderno bem feito são promovidos.

Quando se trabalha com esse tipo de indicador, até avanços na aprendizagem acabam sendo prejudiciais. Muitas crianças que aprendem a ler começam a “errar” na cópia. Elas deixam de copiar letra por letra e passam a ler e escrever blocos de palavras, em geral unidades de sentido. Isso faz com que cometam erros de ortografia ou unam palavras. O que indicaria progresso é interpretado como regressão, pois, por incrível que pareça, nem sempre o professor sabe a diferença entre copiar e escrever.

Essa é uma dificuldade de avaliação comum nos quatro cantos do país e que explica em grande parte por que muitos alunos de 4ª série não leem e não entendem um texto simples. Eles costumam ser os que terminam a 1ª série sem saber ler ou lendo precariamente. Nas séries seguintes, passam o tempo copiando a matéria do quadro-negro ou do livro didático. Ao serem perguntados sobre o que fariam para melhorar a qualidade da leitura e do texto produzido por esses estudantes, os profissionais que lecionam para a 2ª, 3ª ou 4ª série costumam dizer que não há o que fazer, já que eles foram mal alfabetizados e, além disso, as famílias não ajudam.

Nos últimos 25 anos, estive envolvida com programas de formação docente em serviço em todos os níveis possíveis: desde a implantação de uma unidade educacional até a formação em nível nacional. Essa experiência me dá condições de afirmar que não existem soluções mágicas para resolver em pouco tempo os problemas da escola brasileira. A qualidade da Educação – e especificamente da alfabetização – só melhorará quando as políticas educacionais forem um projeto de Estado e não de governo.

TELMA WEISZ é supervisora do Programa Ler e Escrever, da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo

FONTE: revistaescola.abril.com.br

Aula dia 12/05/2009

O professor Ivan, com o objetivo de potencializar nosso trabalho para atingirmos uma melhor qualidade do mesmo propôs um exercício reflexivo dos capítulos iniciais do livro: FÁVERO, Leonor L. ANDRADE, Maria Lúcia C. V. AQUINO, Zilda G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 6. Ed., São Paulo: Cortez, 2007.
Este exercício tem o objetivo de explorarmos os aspectos mais relevantes da leitura do texto e, além disso, pretende-se desenvolver a reflexão e a capacidade de análise e crítica.
Essa atividade será realizada em duas etapas. Primeiramente a turma foi dividida em duplas que deveriam responder o questionário dado pelo professor. Isso foi iniciado na aula de hoje. A próxima etapa será na próxima aula, as produções serão trocadas e cada dupla de aluno analisará as respostas de outros colegas.
Após a conclusão das duas etapas, postaremos nossas respostas em nossos blogs.

Aguardem.....

domingo, 10 de maio de 2009

Aula do dia 05/05/2009



Hoje em aula, continuamos a consideração do último texto (Processos iniciais de Leitura e escrita). O texto mostra que a leitura rápida não é tão didática como a leitura lenta, pois essa há a possibilidade da exploração de alguns aspectos como a correspondência das letras e sons, como as palavras são escritas etc. A leitura lenta de um texto fixado no quadro negro tem como objetivo estabelecer a percepção da correspondência entre a fala e a escrita, mesmo quando a escrita não corresponde exatamente a fala. Segundo Marlene Carvalho:

“A leitura feita em voz alta pela professora é essencial para criar o entendimento, facilitar as trocas entre os alunos e provocar reflexões. A professora que lê para a turma “acorda” as histórias que dormem nos livros. Os alunos recontam essas histórias, aprendendo a perceber as diferenças entre a língua falada e escrita. (...) Mas as crianças, (...) não devem ficar limitadas às narrativas literárias. Pela voz da professora, podem entrar em contato com notícias de jornal, cartas, documentos, anúncios, enfim, os diversos tipos de impressos que circulam no meio e que vivem.” (Guia Prático do Alfabetizador, 2005 – pág.16)

Na alfabetização, também é importante estimular a produção de textos, orais e escritos. Isso pode ser feito criando um momento onde as crianças devem contar histórias de fatos que ocorrem no cotidiano. O professor pode incentivar as crianças a contarem uma história com os temas, por exemplo, brincadeiras que gostam ou animais de estimação. A partir da contação, o professor pode produzir a fala da criança no quadro negro de forma escrita. Isso demonstrará que é interessante escrever e ler os fatos que acontecem conosco no dia-dia.

O texto também nos mostra que quando ensinamos a leitura às crianças, devemos priorizar o aprendizado do nome próprio, pois o nome é nossa identidade. O trabalho com os nomes possibilita a criação de inúmeras atividades. E proporciona, por exemplo, o aprendizado da relação entre letras e sons.

Na aula passada o professor propôs uma atividade de grupo, que era a discussão e criação de atividades que poderíamos trabalhar alguns pontos do texto. Isso foi realizado em aula. Mas não me senti a vontade para escrever as atividades. Na aula de hoje, o professor deu uma nova explicação e agora entendi. Então segue algumas sugestões de atividades:

A relação do tamanho da palavra com o nome que ela representa. Não há relação entre o tamanho da palavra e do objeto que representa.

Apresente aos alunos pares de palavras e peça-lhes que adivinhem onde está escrito cada uma das palavras do par. Exemplo de exercício na lousa:

-Aqui estão escritas as palavras vaca e formiga. Qual delas é formiga?

Formiga Vaca

Repita o exercício com outros pares de palavras: borboleta e leão, mar e piscina etc. Deixe os alunos discutirem e adivinharem à sua maneira, muitos vão se levar pela falsa impressão de que as palavras mais longas representam objetos maiores. Depois de ouvir, ensine-os. Conte quantas sílabas e letras têm cada palavra e conclua a palavra formiga tem sete letras, é maior que a palavra vaca que tem apenas quatro.

Fonte: Guia prático do alfabetizador, 2005 – Marlene Carvalho (pág.30)

A língua escrita pode ser lida

Apresente aos alunos o que é um convite, para que serve e quando o utilizamos. Crie um convite com as crianças convidando uma outra turma da escola para ouvir a contação de uma história juntamente com eles em um espaço especial da escola. Escreva-o em uma folha de papel e peça para uma criança entregar na outra turma.

Fonte: Essa atividade eu observei em um estágio no Jardim II.

As imagens, desenhos e figuras também podem ser lidos.

Brincar de “cartas enigmáticas”, um texto que mistura palavras e desenhos. O aluno deve dizer as palavras sugeridas pelos desenhos e a professora as escreve abaixo do desenho e no fim lê todo o texto para os alunos.

Fonte: Guia prático do alfabetizador, 2005 – Marlene Carvalho

Hoje também fizemos uma visita ao laboratório de informática, onde o professor nos mostrou alguns recursos disponíveis no blog. Tiramos muitas dúvidas e agora poderemos investir mais. Pelo menos tentarei apesar da limitação da internet discada.

Até mais!!!




sábado, 9 de maio de 2009

Gênero Textual X Tipo Textual



Gênero de texto refere-se às diferentes formas de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc.

Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica , do conto, vamos também identificar a carta pessoal, a conversa telefônica, oe-mail, e tantos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa sociedade.

Quanto a forma ou estrutura das sequências linguísticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e estilos composicionais.

Em linguística, tipos textuais refere-se à estrutura composicional dos textos. Hoje, admite-se cinco tipos texuais, a saber: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.

A narração está presente quando o texto fornece informações sobre o tempo e espaço do fato narrado. Além disso, é comum aparecerem nomes de pesonagens e um "clímax" em determinado momento. Há, portanto, o desenvolvimento da história, um momento de tensão, e a volta à estabilidade. Um exemplo clássico de narrativa são os contos de fada.

A argumetação está presente quando um determinado ponto de vista é defendido em um texto. São os chamados textos dissertativos.

A exposição, como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.

Nos textos descritivos existe a riqueza de detalhes e a constante presença de adjetivos. A descrição é muito recorrente em diversos gêneros texuais.

Os textos injuntivos, por sua vez, são aqueles que indicam procedimentos a serem realizados. Nesses textos, as frases, geralmente, são no modo imperativo. Bons exemplos desse tipo de texto são as receitas e os manuais de instrução.

É muito importante não confundir tipo textual com gênero textual. Os tipos, como foi dito, aparecem em número limitado. Já os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico. O gêneros texuais, portanto, são diretamente ligados às práticas sociais. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso etc.

Assim, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.

Conclusão: Como foi amplamente difundido em sala de aula (posso até dizer em toda graduação), há a necessidade de se trabalhar com a maior diversidade possível de textos. Nesse ponto é importante diferenciarmos gênero textual e tipologia textual. Os gêneros são as produções textuais em suas infinitas formas descritas a cima. Já os tipos são 5: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tipos_textuais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Generos_de_textos


Aula do dia 28/04/2009


O texto considerado em aula hoje foi “Processos iniciais de leitura e escrita” escrito por Rosineide Magalhães de Sousa e tem como objetivo expor e discutir temas de linguagem a serem desenvolvidos no início de escolarização das crianças, como o aprendizado inicial da leitura e da escrita. A autora nos mostra que as crianças não entram na escola como sacos vazios para serem preenchidos. NÃO, ela não é uma tábula rasa. Elas trazem conhecimentos prévios do mundo que as cercam e dessa forma fazem uma leitura de mundo reconhecendo marcas de produtos, rótulos de embalagens, símbolos de propagandas, nomes de estabelecimentos comerciais etc.

Isso me fez lembrar o estágio que fiz em uma classe de alfabetização de uma escola da prefeitura do Rio de Janeiro. Nesse observei uma das primeiras atividades da professora com a classe. Ela construiu com eles o alfabeto das marcas. Ela apresentava as letras às crianças e perguntava aonde já tinham visto a letra antes. Então procuravam em jornais, revistas e embalagens a marca que a criança falava. Depois colavam no papel pardo a letra e a marca ou rótulo ao lado da letra. Dessa forma montaram todo o alfabeto.

A autora afirma que é importantíssimo quando se começa o processo de alfabetização das crianças, explorar a diversidade de leitura que encontramos. E assim explicar para que servem e quais são as especificidades de cada gênero textual. O jornal tem uma função, já os rótulos de embalagem tem outra. Ana Teberosky e Núra Ribera no texto Contextos da alfabetização na aula afirmam:

“O propósito de manipular os diferentes suportes de texto é para que o menino e a menina os conheçam em si mesmos enquanto objetos, e não apenas para que se familiarizem com sua mensagem. Em geral, interpreta-se que a atividade do usuário com respeito a um objeto escrito fica reduzida à leitura do conteúdo do texto, sem considerar toda a diversidade de ações específicas possíveis ou de outras atividades compatíveis com eles. (...) Por exemplo: um conto pode ser lido de maneira linear do princípio ao fim, mas não os dicionários, as listas telefônicas ...que são organizados mais para consulta do que para uma leitura linear.” (pág.58)

Além disso, quanto mais lermos textos interessantes e significativos mais será despertado o interesse e gosto pela leitura. De acordo com Marlene Carvalho:

“Se não soubermos tornar a leitura significativa e atraente desde as etapas iniciais da alfabetização, o fracasso escolar nas séries iniciais persistirá...” (Guia Prático do Alfabetizador, 2005 pág.12)

“Muita gente que não gosta de ler foi escolarizada exclusivamente com cartilhas e livros didáticos, sem ter sido convidada a folhear um jornal, a curtir um poema, a procurar uma informação num catálogo ou a relaxar com uma história em quadrinhos.” (Guia Prático do Alfabetizador, 2005 pág.14). Observamos que, para o incentivo à leitura não somente deve fazer o alfabetizando ler textos, mas envolvê-lo a eles, e procurar textos específicos a sua realidade para que faça com que ele sinta não só obrigação em ler mas, principalmente prazer na leitura.

Aula do dia 14/04/2009


Hoje o professor Ivanildo Amaro de Araújo apresentou sua avaliação e para isso trabalhou o texto “Construindo o portifólio eletrônico” tendo como autor o próprio. O texto tem como objetivo instalar o debate sobre a avaliação formativa e orientar os graduandos do curso de Pedagogia na construção e elaboração de seus portifólios eletrônicos.

O texto foi muito bem redigido e é bastante esclarecedor. Primeiramente, explana o que é avaliação formativa e depois apresenta o portifólio como procedimento inerente à avaliação formativa.

Acredito que o professor tenha redigido esse texto para facilitar a compreensão dos alunos para essa modalidade avaliativa. Mas por ser uma prática inovadora, isso não aconteceu de imediato. Os alunos em geral ficaram muito preocupados e apreensivos com essa avaliação. E, em minha opinião, o texto assustou ainda mais. Pois a primeira impressão quando vi um texto de doze laudas para apresentar a avaliação da disciplina, foi que seria algo muito difícil e me desesperei visto estar no último período e com muitas tarefas incluindo estágios e monografia. A estranheza não durou muito tempo. Com o prosseguimento da leitura do texto, ficou claro que ali se encontrava tudo que precisávamos para entender esta avaliação. Até mesmo o passo a passo de construir o portifólio. E que esse seria construído em parceria com o professor, pois o mesmo se deixou disponível para qualquer auxílio.

Vejo essa estranheza como algo completamente normal, pois como já mencionado essa é uma experiência inovadora que foge completamente do cotidiano e de todo processo avaliativo que vivenciamos até em tão na graduação. Mas é algo que a turma enfrentará com muita determinação e vontade.