O texto considerado em aula hoje foi “Processos iniciais de leitura e escrita” escrito por Rosineide Magalhães de Sousa e tem como objetivo expor e discutir temas de linguagem a serem desenvolvidos no início de escolarização das crianças, como o aprendizado inicial da leitura e da escrita. A autora nos mostra que as crianças não entram na escola como sacos vazios para serem preenchidos. NÃO, ela não é uma tábula rasa. Elas trazem conhecimentos prévios do mundo que as cercam e dessa forma fazem uma leitura de mundo reconhecendo marcas de produtos, rótulos de embalagens, símbolos de propagandas, nomes de estabelecimentos comerciais etc.
Isso me fez lembrar o estágio que fiz em uma classe de alfabetização de uma escola da prefeitura do Rio de Janeiro. Nesse observei uma das primeiras atividades da professora com a classe. Ela construiu com eles o alfabeto das marcas. Ela apresentava as letras às crianças e perguntava aonde já tinham visto a letra antes. Então procuravam em jornais, revistas e embalagens a marca que a criança falava. Depois colavam no papel pardo a letra e a marca ou rótulo ao lado da letra. Dessa forma montaram todo o alfabeto.
A autora afirma que é importantíssimo quando se começa o processo de alfabetização das crianças, explorar a diversidade de leitura que encontramos. E assim explicar para que servem e quais são as especificidades de cada gênero textual. O jornal tem uma função, já os rótulos de embalagem tem outra. Ana Teberosky e Núra Ribera no texto Contextos da alfabetização na aula afirmam:
“O propósito de manipular os diferentes suportes de texto é para que o menino e a menina os conheçam em si mesmos enquanto objetos, e não apenas para que se familiarizem com sua mensagem. Em geral, interpreta-se que a atividade do usuário com respeito a um objeto escrito fica reduzida à leitura do conteúdo do texto, sem considerar toda a diversidade de ações específicas possíveis ou de outras atividades compatíveis com eles. (...) Por exemplo: um conto pode ser lido de maneira linear do princípio ao fim, mas não os dicionários, as listas telefônicas ...que são organizados mais para consulta do que para uma leitura linear.” (pág.58)
Além disso, quanto mais lermos textos interessantes e significativos mais será despertado o interesse e gosto pela leitura. De acordo com Marlene Carvalho:
“Se não soubermos tornar a leitura significativa e atraente desde as etapas iniciais da alfabetização, o fracasso escolar nas séries iniciais persistirá...” (Guia Prático do Alfabetizador, 2005 pág.12)
“Muita gente que não gosta de ler foi escolarizada exclusivamente com cartilhas e livros didáticos, sem ter sido convidada a folhear um jornal, a curtir um poema, a procurar uma informação num catálogo ou a relaxar com uma história em quadrinhos.” (Guia Prático do Alfabetizador, 2005 pág.14). Observamos que, para o incentivo à leitura não somente deve fazer o alfabetizando ler textos, mas envolvê-lo a eles, e procurar textos específicos a sua realidade para que faça com que ele sinta não só obrigação em ler mas, principalmente prazer na leitura.
Luciana, excelente reflexão sobre o texto! Você abordou o texto de forma ampla fazendo relações com outros textos!! Isso é maravilhoso!! Continue evidenciando esta qualidade de reflexão!! Parabéns!
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