domingo, 26 de julho de 2009

Aula do dia 14/07/2009

Com base no texto A construção do conhecimento sobre a escrita do livro Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista de Ana Teberosky e Teresa Colomer aconteceu a aula de hoje. O objetivo do texto é apresentar a escrita sob a concepção da criança que aprende a ler e escrever e como fazendo perguntas e resolvendo problemas ela apreende informações e constroe conhecimentos.
A criança com a interação do meio material e social, elabora hipóteses sobre a escrita e leitura. Isso não ocorre somente em nossa língua, mas em todas as línguas de um modo geral. O texto nos traz exemplos de Gênova, mas que podem ser muito úteis para muitas localidades. O primeiro exemplo que encontramos é em relação a construção do próprio nome. Em seis meses uma menina chamada Andréa de cinco anos desenvolve a escrita de seu nome. De início (setembro) ela escreve o nome com todas as letras, mas da direita para esquerda e também lê nessa mesma direção correspondendo a cada letra a leitura de uma sílaba. Três meses depois ela ao ler seu nome ainda atribuindo a cada letra uma sílaba, termina a leitura na terceira letra do nome e quando indagada sobre as outras letras, ela resolve o problema dizendo que errou a escrita e apaga as letras restantes, mas certa de que seu nome termina com a letra A acrescenta a letra A no final. O resultado é seu nome reduzido a ANA. Um mês depois, ela elabora outra explicação para a sobra das letras, diz que aquelas letras são do seu sobrenome. No mês de abril, Andréa consegue escrever corretamente seu nome na direção correta, com todas as letras corretas e consegue lê com a correspondência correta das sílabas de forma alfabética. Ficou claro que a leitura e a escrita não necessariamente se desenvolvem juntas, Andréa até escrevia seu nome corretamente mas encontrava-se em um conflito quando solicitada para fazer a leitura, sendo sua hipótese de leitura era uma sílaba a cada letra. O conflito seguia quando percebia que a leitura não terminava com a letra A, sendo que tinha certeza que seu nome terminava com essa letra.
A perspectiva construtivista procura evidenciar as hipóteses elaboradas pelas crianças durante o processo de construção de conhecimentos. Assim podemos apresentar quatro aspectos regulares que nos auxiliam a interpretar a etapa das crianças:
1) A criança elabora hipóteses.
2) As hipóteses são construídas com a interação material e social.
3) As hipóteses são respostas desenvolvidas como respostas a problemas conceituais.
4) Ocorre sempre o processo de construção e reconstrução das hipóteses, um nível dá lugar a outro.
Serão apresentadas algumas hipóteses, nomeadas por expressões usadas por crianças, elaboradas pelas autoras:
“Serve para ler” é a compreensão da diferença entre desenho e escrita. E é dado por dois princípios organizadores, o princípio da quantidade mínima, ou seja, a necessidade de mais de uma letra para ser concebido como escrita de algo legível e o princípio de variedade interna, ou seja, é necessário uma certa variedade de letras, todas letras iguais não é aceitável como legível.
“Aqui diz alguma coisa” é a percepção desenvolvida da existência de uma intencionalidade comunicativa, assim passam a conceber uma importante função da escrita.
“O que está escrito” se refere a primeira idéia de que a escrita serve para denominar objetos e pessoas. Assim o está escrito é o nome do objeto. Nessa etapa, há a sugestão de nomear, por exemplo, as gavetas onde encontra-se o material escolar. Fazer etiquetas denominando os espaços das tesouras, colas, lápis, folhas que as crianças podem manipular.
“Diz o nome” se refere a hipótese do nome. Já bem discutida e apresentada na síntese da aula passada.
“O que está escrito” e “O que se pode ler” é a hipótese de que o que está escrito são os nomes dos objetos e o que se pode ler seria a interpretação, a leitura de toda oração ou texto.
Tradicionalmente existe a crença de que a escrita é a transcrição de códigos referentes aos sons da fala. Isso resume a alfabetização à aprendizagem da decodificação. Mas essa não é a concepção construtivista. Muitas pesquisas mostram que a aprendizagem da leitura e da escrita envolve aspectos de competências lingüísticas dos falantes. Somente a perspectiva construtivista proporciona uma visão integrada do aprender a ler e a compreender o que se lê. Faz-se necessário a quebra dessa tradição reducionista, pois só com a ampliação da visão sobre alfabetização pode gerar melhoras na educação que encontramos.
A leitura e escrita existem fora do ambiente escolar. A escrita é um objeto cultural, por isso, o conhecimento dela inicia-se na vida real. As crianças não são aprendizes passivos, que devem se adequar as formas de pensamento do adulto. Elas participam ativamente na construção de seus conhecimentos, como já dito, elaborando e reelaborando hipóteses. Não há benefício na imposição do ensino da seqüência progressiva, correspondência letra-som até texto, pois não é essa a seqüência da aprendizagem. Cabe aos adultos esse amadurecimento e a partir de então reconhecer nos rabiscos iniciais das crianças os primórdios da escrita, assim como reconhece o balbucio como uma tentativa de comunicação. Posteriormente partir dos conhecimentos iniciais para aprendizagens mais convencionais, cuidando para que as atividades e materiais usados na escola estejam de acordo com as experiências e hipóteses do menino e da menina.

Hoje foi o último dia de aula. No dia 28/07 a aula será para socializar o término do portifólio, digo o término do portifólio, pois o blog seguirá com reflexões sobre vários temas ligados a educação.
Continuem acompanhando!!!!
Até +!!!!

Um comentário:

  1. Que maravilha! Vai dar continuidade ao seu blog??? Mantenha-me informado! Se possível, quero que você aceite o meu convite para participar de uma atividade no próximo semestre. Faremos um evento com as secretarias de educação para tratarmos da avaliação. E o seu portfólio foi um dos mais completos!! Assim, gostaria que fizesse parte desta atividade dando seu depoimento sobre o processo de avaliação formativa.

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