A perspectiva construtivista procura evidenciar as hipóteses elaboradas pelas crianças durante o processo de construção de conhecimentos. Assim podemos apresentar quatro aspectos regulares que nos auxiliam a interpretar a etapa das crianças:
1) A criança elabora hipóteses.
2) As hipóteses são construídas com a interação material e social.
3) As hipóteses são respostas desenvolvidas como respostas a problemas conceituais.
4) Ocorre sempre o processo de construção e reconstrução das hipóteses, um nível dá lugar a outro.
Serão apresentadas algumas hipóteses, nomeadas por expressões usadas por crianças, elaboradas pelas autoras:
“Serve para ler” é a compreensão da diferença entre desenho e escrita. E é dado por dois princípios organizadores, o princípio da quantidade mínima, ou seja, a necessidade de mais de uma letra para ser concebido como escrita de algo legível e o princípio de variedade interna, ou seja, é necessário uma certa variedade de letras, todas letras iguais não é aceitável como legível.
“Aqui diz alguma coisa” é a percepção desenvolvida da existência de uma intencionalidade comunicativa, assim passam a conceber uma importante função da escrita.
“O que está escrito” se refere a primeira idéia de que a escrita serve para denominar objetos e pessoas. Assim o está escrito é o nome do objeto. Nessa etapa, há a sugestão de nomear, por exemplo, as gavetas onde encontra-se o material escolar. Fazer etiquetas denominando os espaços das tesouras, colas, lápis, folhas que as crianças podem manipular.
“Diz o nome” se refere a hipótese do nome. Já bem discutida e apresentada na síntese da aula passada.
“O que está escrito” e “O que se pode ler” é a hipótese de que o que está escrito são os nomes dos objetos e o que se pode ler seria a interpretação, a leitura de toda oração ou texto.
A leitura e escrita existem fora do ambiente escolar. A escrita é um objeto cultural, por isso, o conhecimento dela inicia-se na vida real. As crianças não são aprendizes passivos, que devem se adequar as formas de pensamento do adulto. Elas participam ativamente na construção de seus conhecimentos, como já dito, elaborando e reelaborando hipóteses. Não há benefício na imposição do ensino da seqüência progressiva, correspondência letra-som até texto, pois não é essa a seqüência da aprendizagem. Cabe aos adultos esse amadurecimento e a partir de então reconhecer nos rabiscos iniciais das crianças os primórdios da escrita, assim como reconhece o balbucio como uma tentativa de comunicação. Posteriormente partir dos conhecimentos iniciais para aprendizagens mais convencionais, cuidando para que as atividades e materiais usados na escola estejam de acordo com as experiências e hipóteses do menino e da menina.
Hoje foi o último dia de aula. No dia 28/07 a aula será para socializar o término do portifólio, digo o término do portifólio, pois o blog seguirá com reflexões sobre vários temas ligados a educação.
Que maravilha! Vai dar continuidade ao seu blog??? Mantenha-me informado! Se possível, quero que você aceite o meu convite para participar de uma atividade no próximo semestre. Faremos um evento com as secretarias de educação para tratarmos da avaliação. E o seu portfólio foi um dos mais completos!! Assim, gostaria que fizesse parte desta atividade dando seu depoimento sobre o processo de avaliação formativa.
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