domingo, 26 de julho de 2009

Síntese Conclusiva

A ementa deste curso é voltada para a construção do conhecimento sobre a escrita na criança pequena, e podemos dizer que foi muito bem contemplada, pois através da leitura de teóricos e discussões em sala de aula pudemos compreender os processos de aquisição e desenvolvimento da língua escrita e oral das crianças.

Trabalhamos nas instituições escolares com sujeitos vivos, pulsantes e que participam ativamente na construção de seu próprio conhecimento. E quando a criança chega à escola, ela não vem desprovida de conhecimento, ela traz sua bagagem, impressões e concepções próprias adquiridas na vida cultural e familiar. Ao compreender essa dinâmica, é que podemos fazer o planejamento, não baseado na visão de que a criança nada sabe ou conhece, mas baseado na posição de que ela traz conhecimentos prévios e então partir do que ela já sabe para avançá-lo de uma forma que seja construído conjuntamente e gradativamente.

Tivemos muitas noções práticas para o trabalho com crianças em processo de alfabetização, através dos textos e da exposição dos colegas de algumas atividades, como a importância do manuseio de diferentes materiais de escrita, da observação das crianças do adulto leitor e escritor, de ouvir leituras realizadas pelos adultos, etc.

Estudamos sobre as variedades lingüísticas, onde percebemos que devemos ter cuidado enquanto educadores para não nos tornarmos preconceituosos ao desconsiderar as variedades lingüísticas que cada criança traz do seu meio social-histórico-cultural. O tipo de linguagem que ela usa no seu cotidiano não pode ser ignorada pela escola, mas sim ressaltada e valorizada, o papel da escola é ampliar esse conhecimento que a criança já possui da sua língua oral. Assim como exemplo já abordado, foi a questão indígena. O índio tem direito do aprendizado da escrita de sua língua nativa. Isso deve ser reconhecido. O conhecimento deve partir do que a criança já contempla para ser ampliado.

Posteriormente vimos como ocorre o processo de aquisição da leitura e escrita. Percebemos que as crianças elaboram suas próprias hipóteses, onde supõem a formação da leitura e escrita, antes de fazerem uma leitura e uma escrita convencional. Então desenvolvem a idéia da quantidade mínima, que com uma única letra não obtemos a escrita de algo. Para verificar isso, pedi para uma pequena vizinha minha de três anos de idade escrever algumas palavras. O resultado está na foto abaixo:

Realmente não encontrei a escrita com um único caracter.

As crianças desenvolvem também a idéia de variação interna, que é a não possibilidade de escrita com todas as letras iguais, isso também pode ser detectado na imagem acima. As crianças desenvolvem a hipótese do nome, ou seja, que a escrita serve para nomear objetos e pessoas; entre outras hipóteses já consideradas no decorrer do portifólio.

Devemos articular o conhecimento da escrita em si das letras e das palavras com contexto, com significado. Pois, é dessa forma que as crianças desenvolvem suas primeiras concepções. Não devemos reduzir o mundo dentro de sala de aula, restringindo o estudo de algumas palavras com determinada letra do alfabeto. O objetivo da escola é ampliar o universo infantil, por isso o ensino deve partir do que a criança já traz consigo e seguir para a ampliação. Como diz Paulo Freire nosso trabalho também é político, assim dependendo da postura do professor pode-se tanto inserir a criança a uma visão mais abrangente ou excluí-la disso. É importante lutarmos para alcançar uma escola que efetue o crescimento intelectual, sua função social com excelência e a construção da cidadania.

Aqui encerro, dizendo que é muito difícil sintetizar em poucas palavras a abundância de conhecimento que absorvemos no curso dessa disciplina. Acredito que nem em todo blog consegui expor tudo que apreendi. Mas o que carrego comigo e que em breve estará sendo colocado em prática vai mostrar o quanto essa disciplina foi importante.

Um comentário:

  1. Luciana, fico muito feliz em saber que minhas aulas estabeleceram grandes diálogos com a realidade!! A grande discussão que fica sempre evidente é que a teoria não está articulada com a prática!! Mas, se fizermos um esforço, conseguimos perceber estas estreitas relações.

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